segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tributo de las Cien Doncellas – Betanzos (A Corunha)

Reconstituição histórica da Batalha das Figueiras e inserida na temática da Reconquista Cristã da Península, encena o episódio da amotinação popular brigantina liderada pelos irmãos Figueiroa contra a ocupação árabe e o resgate das cem donzelas encerradas na Torre del Peito Burdelo, na qual a insuficiência de armas impele os cristãos a lutar com ramos de figueira. O desembarque do Rei mouro Mauregato para cobrar o tributo é correspondido por uma feroz batalha vencida pelos cristãos que festejam a vitória com danças distintas.


Ficha Técnica:

Nome: Tributo de las Cien Doncellas

Organização: Ayuntamiento/Concello de Betanzos

Data: fim-de-semana de Julho

Local: casco histórico de Betanzos, A Corunha

Âmbito: Feira Franca Medieval

Género: Guerreiro

(fotografia: La Voz de Galicia)

(Luís Franco)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Queimas de Judas - Mazarefes, Monserrate e Vila Nova de Anha (Viana do Castelo)

As queimas de Judas personificadas num boneco imolado num auto de fé, e representadas na durante a quaresma ou na páscoa, exprimem resquícios pagãos simbólicos da regeneração, término de abstinência e libertação e morte da escuridão pelo fogo. A figura do apóstolo “maldito” é utilizada para julgamentos, proclamação de testamentos e expurgações do mal.

Tradição secular dispersa por todo o mundo, está profundamente enraizada nas culturas ibéricas e países de línguas luso-hispânicas.

Fichas técnicas:

Nome: Queima de Judas - Mazerefes

Organização: grupo informal

Data: Domingo de Páscoa

Local: Mazarefes, Viana do Castelo

Âmbito: Celebração pascal (com base pagã)

Género: Profano

Nome: Queima de Judas - Monserrate

Organização: grupo informal

Data: Sábado de Páscoa

Local: Campo da Agonia, Viana do Castelo (Monserrate)

Âmbito: Celebração pascal (com base pagã)

Género: Profano

Nome: Queima de Judas - Vila Nova de Anha

Organização: grupo informal

Data: Domingo de Páscoa

Local: Vila Nova de Anha, Viana do Castelo

Âmbito: Celebração pascal (com base pagã)

Género: Profano

(fotografias da Queima de Judas de Monserrate, recolhidas em Olhar Viana do Castelo)

(Luís Franco)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Teatro Popular - Xenerales de Merza (Merza, Vila de Cruces, Pontevedra)

Tipo característico do vale do rio Ulla representado por ocasião do entrudo, os generais percorrem montados a cavalo as paróquias ou lugares que se vão defrontar, após as embaixadas de correios e lanceiros, num ponto de encontro para o “atranque”, um desafio verbal local. Outrora representados em cerca de trinta localidades, apenas uma dezena conservou a tradição. Os atranques confinaram-se do século XX até à actualidade a intervenientes da mesma paróquia a fim de evitar disputas que no século XIX passavam do plano verbal para o físico!

Ficha Técnica:

Nome: Xenerales de Merza

Organização: Asociación Cultural O Vello dos Cornos

Data: Domingo de Entrudo

Local: paróquia de Merza, Vila de Cruces, Pontevedra

Âmbito: Entroido galego

Género: Guerreiro

(Fotografia recolhida aqui)

(Luís Franco)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Teatro Popular - Auto de Santo António (Portela Suzã, Viana do Castelo)

Uma reminiscência das várias adaptações d’ A História do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de França, herdou o imaginário dos turcos e do rei Ferrabrás mas com um texto original que expõe uma contenda religiosa inspirada na ocupação árabe da Península Ibérica. Os turcos pretendem comprar cereais aos cristãos, mas estes apenas os vendem sob a conversão cristã. É convocada a intervenção mal sucedida do Doutor de Leis para a resolução do problema. Intervêm também dois populares com os “burros cansados” que têm a mesma saída que o Doutor de Leis, à canada dos turcos e fogo das espingardas dos cristãos. Travada a batalha, tombam todos os soldados, sendo chamados o Enterrador, o Barbeiro e o Criado do Barbeiro. O rei cristão, o Almocreve, invoca auxílio celeste e surge um anjo que ressuscita os soldados e converte e baptiza os turcos. Ao som das Contradanças, todos os elementos louvam Santo António e dançam para dar término à representação.

As entradas em palco são precedidas pelo trabalho dos arredas que “varrem” o público. Também peculiar é a participação dos bufarinheiros, os espiões que transmitem ao seu rei informações dos inimigos.

Ficha Técnica:

Nome: Auto de Santo António

Organização: Associação Desportiva e Cultural de Portela Susã

Data: 13 de Junho ou dia próximo

Local: Largo da Igreja, Portela Susã, Viana do Castelo

Âmbito: Festas em honra de Santo António

Género: Guerreiro

(fotografia recolhida em Portela Susã Online)

(Luís Franco)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Teatro Popular - Baile dos Turcos (Penafiel)

Região característica pelos bailes teatrais, para além dos das profissões como dos Ferreiros, dos Pedreiros ou das Floreiras, têm o Baile dos Turcos. É uma dança característica de espadas, que tem expressão em várias culturas, enquadrada nas mouriscas inseridas nas celebrações e procissões do Corpus Christi muito populares a partir do reinado de D. Manuel I (1495-1521).

O Baile dos Turcos principia ao som de clarins com os oponentes, cristãos e turcos, divididos. Sempre com cânticos o enredo desenrola-se na captura de uma Dama cristã pelos infiéis que a forçam à conversão. Intervém São Jorge declarando guerra a toda a Turquia. É travada batalha e o santo é morto pelo rei Turco, sendo a vitória dos inimigos festejada. Mas de um rochedo surge um Anjo do Senhor que liberta a Dama, ressuscita São Jorge e converte os Turcos. Termina o baile com todos os intervenientes a cantar: Hoje se festeja e também se celebra / o Baile dos Turcos nesta nossa terra / Meus senhores todos hão-de perdoar / Demos fim, ao baile não há mais lugar.

Ficha Técnica:

Nome: Baile dos Turcos

Organização: Associação Cultural e Recreativa Amigos de Bustelo

Data: Dia do Corpo de Deus

Local: cidade de Penafiel

Âmbito: Festas em honra do Corpo de Deus

Género: Guerreiro

(fotografia recolhida em Riquezas e Tradições de Penafiel)

(Luís Franco)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Teatro Popular - Maruxaina (San Ciprián, Cervo, Lugo)

San Ciprian é terra de marinheiros e pescadores. Tem uma sereia loira, a Maruxaina, que vive na cova de Xan Vello, nos Farallóns. Nos dias de temporal toca o seu corno, mas sem se saber se o faz para atrair ou afastar os homens das rochas. Desde tempos imemoriais que é julgada pelo povo para aferir se é boa ou má, se é inocente ou culpada.

Todos os anos nas festividades de San Ciprián, no segundo fim-de-semana de Agosto, a Maruxaina é capturada, desembarcada na localidade ao som da gaita-de-foles e julgada. O povo é que dita a sentença, e assim será em Julho na cidade de Viana do Castelo. As danças e a queimada popular são realizadas se ela for declarada inocente.

Ficha Técnia:

Nome: Maruxaina

Organização: Asociación Amigos da Maruxaina

Data: Segundo sábado de Agosto

Local: Praia de O Torno e Prazoleta, San Ciprián, Cervo, Lugo

Âmbito: Festa da Maruxaina

Género: Profano

Página WEB: http://www.amigosdamaruxaina.com/

(Luís Franco)